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Interoperability

Orquestração de cuidados: que requisitos ter em conta?

Neste artigo, apresentamos os principais requisitos que deve ter em conta na escolha de um novo software para o seu hospital, de forma a potenciar o sucesso da implementação, a probabilidade de adoção pelas equipas clínicas e o seu impacto nas métricas de eficiência, capacidade e eficácia.

Matilde Ferreira

Matilde Ferreira

May 14, 2023 · 7 min de leitura

Os cuidados de saúde são um processo complexo que envolve vários prestadores, contextos e intervenções. Neste contexto, a orquestração de cuidados é uma abordagem que visa melhorar a coordenação e a gestão dos cuidados de saúde, tirando partido da tecnologia e da análise de dados. Está a tornar-se cada vez mais importante no setor da saúde, uma vez que simplifica os fluxos clínicos, reduz a carga administrativa e permite cuidados mais personalizados, ao mesmo tempo que ajuda a aumentar a eficiência e a melhorar a qualidade dos cuidados.
Os softwares de orquestração de cuidados são concebidos para fornecer às equipas de cuidados multidisciplinares - de diferentes instituições de saúde - uma visão única do estado de saúde de um doente, permitindo-lhes tomar decisões mais informadas e prestar cuidados mais eficazes. Um software de orquestração de cuidados pode ser definido como:

an extent to which the technology and process enabled platform creation increases the growth and synchronous transmission of information and service-flow in the system connecting interactive partners in transparent value-adding conducive environment using real-time digital technology adoption 1

No entanto, a introdução de novo software no Sistema de Informação Hospitalar (SIH) nem sempre é um mar de rosas. Utilidade limitada, fraca usabilidade, desafios com a utilização de múltiplos sistemas, falta de personalização, dados fragmentados, preocupações com a privacidade e falta de standards são frequentemente mencionados como barreiras à sustentabilidade das intervenções de digital health. Em causa está a viabilidade dos projetos devido à falta de envolvimento e adopção pelas equipas clínicas.2,3

Resistência das equipas clínicas: é tudo uma questão de tempo e de perceção de utilidade

Quando se trata de compreender a relutância das equipas clínicas às novas tecnologias, a resistência à mudança nas rotinas estabelecidas, a hesitação devido a questões de segurança do doente, as preocupações com a qualidade dos cuidados, a oposição à própria tecnologia, a tensão entre a normalização e a autonomia ou independência, são frequentemente citadas na literatura.4,5,6
De acordo com a nossa perspetiva, este problema complexo pode ser resumido em duas palavras: tempo e utilidade. As equipas clínicas estão tipicamente muito ocupadas e têm muitas solicitações, pelo que qualquer software que seja introduzido tem de ser de fácil utilização, simples e não acrescentar stress adicional à sua rotina.
Por outras palavras, qualquer solução tecnológica deve apresentar benefícios claros no que diz respeito à poupança de tempo e resolver inequivocamente uma necessidade pré-identificada. Não há espaço para qualquer dúvida ou ambiguidade e muito menos para implementar algo que não acrescenta valor.
Nota: a UpHill organizou um webinar - Interoperability that works: making healthcare easier - sobre esta matéria. Assista em diferido para perceber como o nosso software ultrapassa os desafios mais comuns enfrentados pelas equipas de IT e permite conciliar as necessidades das equipas clínicas, as melhores práticas e standards tecnológicos, utilizando a infra-estrutura já existente.

5 dicas para ter em atenção quando procura um software de orquestração de cuidados

1. Integração e análise de dados em tempo real
O software de orquestração de cuidados deve ser capaz de integrar dados em tempo real provenientes de várias fontes, como registos de saúde electrónicos, dispositivos médicos e wearables. O software deve ser capaz de analisar estes dados para fornecer uma visão abrangente do estado de saúde de um doente, incluindo o historial médico, as condições atuais e os tratamentos em curso. Ao fazê-lo, as equipas de cuidados podem tomar decisões informadas e prestar cuidados mais personalizados aos doentes, de acordo com as suas necessidades em tempo real.
2. Coordenação colaborativa dos cuidados
O software de orquestração de cuidados deve facilitar a coordenação e colaboração de cuidados entre equipas e prestadores de cuidados de saúde. O software deve permitir que os prestadores comuniquem entre si, partilhem informações e coordenem planos de cuidados em tempo real. Isto ajudará a reduzir os erros médicos, a antecipar decisões, a melhorar os resultados para os doentes e a aumentar a sua satisfação.
3. Interoperabilidade sem descontinuidade
O software de orquestração de cuidados deve ser interoperável com a infra-estrutura hospitalar existente. Isto significa que deve ser capaz de se integrar com EHRs, dispositivos médicos e outras aplicações de cuidados de saúde, e ser capaz de:
  • Agregar e analisar dados de diferentes fontes, trocando-os de forma adequada, através de catálogos padronizados, como LOINC, SNOMED-CT e ICD-10 - (interoperabilidade semântica);
  • Trocar dados através de métodos e formatos normalizados, incluindo os aspectos técnicos do intercâmbio de dados, como o transporte de dados, o formato dos dados e a validação dos dados (interoperabilidade técnica);
  • Interpretar os dados trocados, compreendendo a sua estrutura, utilizando um formato normalizado, como XML ou HL7FHIR (interoperabilidade sintática);
A interoperabilidade é essencial para garantir que as equipas de cuidados de saúde têm acesso às informações mais atualizadas sobre os doentes, sem duplicação de tarefas - aspeto fundamental para a prestação de cuidados de saúde de qualidade.
4. Segurança e compliance
O software de orquestração de cuidados deve cumprir os mais elevados padrões de segurança e compliance. Isto significa que o software deve ser concebido com características de segurança robustas para proteger os dados dos doentes contra ameaças informáticas e cumprir os regulamentos HIPAA, que estabelecem normas rigorosas para a recolha, utilização e divulgação de informações sobre a saúde dos doentes.
5. Funcionalidades que aumentam a produtividade e user-friendly interface
As equipas clínicas estão frequentemente sob pressão para gerir um grande número de doentes, executar tarefas administrativas e colaborar em equipas cada vez maiores e mais complexas. Um software de orquestração de cuidados que simplifique e agilize os fluxos de trabalho, ao mesmo tempo que fornece ferramentas para melhorar o foco das equipas clínicas no que interessa - tarefas altamente diferenciadas e nos doentes que mais necessitam - é uma mais-valia significativa na capacidade dos hospitais e na qualidade dos cuidados prestados aos doentes.
Pretende aprofundar este tema? Entre em contacto com a nossa equipa para discutir como a UpHill ultrapassa os desafios mais comuns e permite conciliar as necessidades das equipas clínicas, as melhores práticas e standards tecnológicos, enquanto utiliza a infra-estrutura já existente.
Matilde Ferreira

Matilde Ferreira

Content Strategy & Communication Manager

Graduated in Communication Sciences, early on fell in love with storytelling. Started off as a journalist and then pivoted to the public relations world, she was always driven to craft relevant stories and bring them to the stage.

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